Se considerarmos que o aforisma a relação sexual não existe situa o impossível (não existe equivale a: é impossível escrevê-la), podemos concluir que esta é uma forma de designar o real em jogo na psicanálise, como o ponto de impossibilidade (por isso real) em torno do qual se articula-se toda a psicanálise […]. A divisão do sujeito operada pelo objeto a nela inserido como definição do objeto da psicanálise (1965), é precisamente este ponto de impossibilidade, seu objeto real, o que é uma das melhores traduções da categoria de castração — que, se faz ou não da psicanálise uma ciência no sentido clássico de ciência moderna importa menos do que o fato de que funda as condições de sua práxis, e dá as coordenadas de uma ciência da psicanálise.